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O "Espaço 1999", o algoritmo, a tribo e a arte

January 10, 2019 João Miguel Justino
Anna Maria Maiolino copy.jpg Claude Rutault copy.jpg Ger Van Elk copy.jpg Gottfried Bechtold copy.jpg Olga Balema3 copy.jpg Julia Gault3 copy.jpg Karlos Gil 2 copy.jpg Thomas Rentmeister9 copy.jpg Pedro Faria_atelier concorde copy.jpg Kristjan Gudmundsson copy.jpg Olga Balema1 copy.jpg Sara Bichão.jpg Thomas Rentmeister8 copy.jpg Orn Alexander Ámundason.jpg Thomas Rentmeister1 copy.jpg Thomas Rentmeister2 copy.jpg Thomas Rentmeister4 copy.jpg Thomas Rentmeister3 copy.jpg

Vivemos num tempo engenhoso. A geração dos anos 70 percebe muito bem do que falo se lhes falo e relembro a série de ficção científica que passava na televisão, o célebre “Espaço 1999”. Confesso que anos mais tarde senti-me profundamente enganado, What the f…. de pré história futurista foi essa. Já era. Gone with the days, vanished, e isto continua sem naves espaciais. O planeta onde habitamos é o mesmo, mas reconheçamos humildemente que a vida mudou, e com ela a humanidade, que viaja com o corpo na Terra mas numa vertigem que nos atira para uma odisseia no espaço, digital.

Tanto e tanto de tudo. E tudo tão rápido. E tantas pessoas tão certas. E tudo se esvai. As certezas rebentam. Ontem passou. Amanhã é um mero desejo que se encontra por acontecer. A nossa liberdade, o intelecto, perdem chão e autonomia. A religião, a poesia, a filosofia e as artes deixaram de nos reger. Não se extinguiram mas vivem subordinadas ao materialismo absoluto.

Surgiu entretanto um novo rei: o algoritmo, o ícone da modernidade. Nele e só nele podemos confiar. Dirige-nos, comanda, orienta as vidas e o ritmo com a precisão absoluta de um GPS. Esta é uma nova ordem, plena de promessas, abertura e oportunidades, mas perdeu-se a idade da inocência. Já não vivemos no meio de coisas, vivemos sujeitos e submissos às coisas. Somos literalmente esmagados por o peso de um gentil e delicado elefante.

No campo das artes, esse prado fértil, por vezes pueril, por vezes maquiavélico, onde os seres humanos se despojam e procuram alcançar a redenção, alguns atingem o céu, outros o inferno e as novas correntes, essas, parecem pender para atingir o algoritmo. Apesar de tudo ainda se julga que a arte e o mundo jamais serão territórios de certezas absolutas. Veremos. O terreno é fértil mas movediço e manipulável.

A arte é em parte refém da liberdade que advoga para si. Porque uma coisa é assumirmos o nosso quinhão libertário, e uma outra é permitir e assumir o mesmo tom de liberdade para o outro, para aquele que tem uma visão de mundo e uma expressão diferente.

A relação com a diversidade é uma das mais ilustres competências dos seres humanos. Olhamos, gostamos, abraçamos e amamos coisas, atributos e pessoas diferentes. E nenhuma linguagem humana é perfeita, apenas o algoritmo, do qual estamos reféns. Todas as outras são instrumento e oportunidade de transformar o caos num mundo de objectos e representações, conferindo-lhes um padrão e uma identidade que nos protege. E por maior que seja a sua plasticidade, uma linguagem aproxima-nos mas jamais traduz o infinito, o imaterial e a essência que tanto ambicionamos alcançar. Não há por isso teorias ou práticas artísticas capazes de abarcar uma escala maior do que o próprio ser. A vaidade é infundada.

Um outro perigo ronda e espreita: a auto preservação da tribo. A condição humana vive debaixo da guilhotina. Sabemos que os movimentos de grupo são uma resposta de caminho mas também de defesa e auto preservação. Vamos atrás, porque isso significa viver. E quando não vivemos a partir da génese do que acreditamos, passamos a acreditar naquilo que vivemos. Acreditamos na liberdade mas vivemos o materialismo. E neste nosso tempo da mais absoluta pluralidade, tão desalmadamente arrumado, as facções extremam-se e antagonizam-se. Na ausência de uma liberdade inspiradora, gratuita, feita de sonho e luta em prol de uma qualquer utopia, a arte, tanto quanto a humanidade, vai-se moldando aos ditames do materialismo. Ninguém está livre.

Wolfgang Laib copy.jpg Olga Balema2 copy.jpg Paolo Icaro copy.jpg Julia Gault1 copy.jpg Emma Heidarsdottir2 copy.jpg Matias Faldbakken copy.jpg Thomas Rentmeister5 copy.jpg Thomas Rentmeister6 copy.jpg Thomas Rentmeister7 copy.jpg Lucas simões 2.jpg Matias Faldbakken1 copy.jpg Lorna Macintyre copy.jpg Lucas simões 1.jpg Karlos Gil copy.jpg Julia Gault2 copy.jpg Iain Baxter copy.jpg Emma Heidarsdottir copy.jpg Bert Rodriquez copy.jpg

Olhem à volta. O nosso mundo está velho e obeso. Inchado de tanto ter ou de tanto procurar ter, de tanto ser ou procurar ser. A patine maquilhada e o glamour do movimento e das luzes, não retira um espectro de fundo, a sensação que nada mais há para alcançar.

E nas artes, os movimentos e os gritos de revolta ganham forma. A tribo da vanguarda, tanto hoje como no passado, atira-se para o abismo, procura desenfreadamente alternativas ao vazio. Reúne, conspira e por fim formula: o belo é vulgar, o modelo gasto, a sensação de vazio intensa, a única proposta de saída é a desmaterialização da arte e dos seus processos.

É uma fuga para a frente, um tsunami colectivo que arrasta tudo e todos à sua passagem. Separa-se a arte da estética. A matéria perde valor em função da ideia. Há um desejo de ruptura. Há uma desconfiança generalizada sobre todos os modelos, o modelo que se impõe é a ausência de modelo, bem como de categorias. Há um global desprezo pelas competências técnicas, assumindo-se o gesto inapto, a incorrecção. Importa apenas ser interessante, ainda que o interesse seja só meu ou só da minha tribo.

Nada disto é novo. Nenhum processo artístico é à partida bom ou mau. Nenhuma avaliação deve ser ligeira ou descontextualizada. Os movimentos são resposta a algo que carece de resposta. Acontece que não há apenas uma resposta aos dilemas humanos. Apesar dos ciclos das vanguardas iremos continuar a ter experiências e a produzir juízos sobre obras de arte, sobre a sua estética, sobre o seu valor emotivo e referencial, histórico e geracional.

Um movimento de ruptura não se pode tornar num movimento padrão, perde o desígnio, deixa de ser grito e passa a ser voz. A linha de segurança destes movimentos é muito fina: será possível um anti modelo transformar-se no modelo? A irreverência de tão mastigada converter-se numa profunda banalidade? Uma fórmula disruptiva virar um chavão? Um apelo libertário desprezar a liberdade? Poderão alguns egos circunscrever a verdade da arte? Poderá falar-se da ausência da estética apresentando e defendendo uma estética? A ruptura é porventura um rasgão que permite acolher uma outra margem, mas a ruptura também pode ser fractura inconsequente. Procure-se ler os sinais dos tempos.

“…os críticos são sempre, e inevitavelmente, cúmplices das estratégias comerciais de promoção dos autores a quem dedicam a sua atenção, isto independentemente do conteúdo dos comentários que sobre eles possam produzir. Neste terreno, portanto, todo o moralismo é hipocrisia ou ignorância. Tudo o que os críticos podem fazer é ter plena consciência da perspectiva estratégica e do grau de eficácia do seu discurso para se poderem assegurar de que os efeitos sociais da sua intervenção correspondem de facto às suas opções e posições culturais de base.”

In Sistema da Arte Contemporânea, Alexandre Melo

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